quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Mases.

Amanhã o Cesto faz 1 ano de existência - que coisa! Eu acho muito engraçado como um pedacinho bobo de algo intangível possa ter me deixado tão feliz. Graças ao Cesto, eu aprendi muita coisa, pude pensar em muita coisa e pude me orgulhar muito de algo só MEU. Isso é muito legal! =D
Pra manter minha maratona de posts (acho que foi um recorde) e o clima de contagem regressiva para o aniversário, deixo aqui um textinho encontrado no fundo da gaveta - mais uma rapa do tacho de mim. Já me abri tanto aqui, já me expus de tal forma, que não tenho mais medo de colocar coisas que escrevi inicialmente só pra mim. E não é como se vocês não me conhecessem, não é?
Boa sorte e muito agradecida por terem chegado até aqui comigo. É grande parte da minha alegria =)




Às vezes eu sinto falta de chorar. Me vem uma vontade de lágrima danada. Mas não é vontade de sofrer ou de ser triste. É só saudade de guardar tanta beleza, tanta verdade, tanto espanto, e vazar.
Eu li uma vez que o escritor tem que parar de acreditar nisso de inspiração. Que o certo é tomar vergonha na cara, sentar na cadeira e, beneditino, escrever. Posso fazer isso. Mas sai sem gosto.
É assim que tem sido há um tempo. Eu faço as coisas, eu vou aos lugares, converso, sorrio, sinto, abraço. No entanto, vem tudo tão sem gosto. E não é o insosso sentido naqueles dias epifaníacos, em que a gente parece estar descolado do resto da dimensão, andando aqui só como espectador. Esse tipo de falta de gosto, na verdade, é saborosamente colorido. A questão agora é essa ausência de fagulha para dançar dentro do peito.
Talvez esteja faltando música ou dança ou paciência ou carinho ou berço ou colo ou calma ou cafuné ou grito ou abraço ou beijo ou riso ou ímpeto ou entrega ou limite ou cumplicidade ou espaço ou espelho.
É isso que eu quero?
Eu amo. Mas que amor é esse encapsulado? Parece que depois de um tempo eu silenciei o carnaval de dentro de mim para tentar pensar mais reto. Não adiantou nada, que eu continuo pensando torto. A diferença é que agora meu torto é ainda mais chato (antes me fazia chorar ou rir, o que já era um avanço). A indiferença de agora me prega no chão. Mas escrever de novo faz com que volte a pulsar interesse e vontade.
Como romper a cápsula?
(Notei que muitos dos meus textos são Mases. “Porém”, “contudo”, “todavia”, “no entanto” e “entretanto” não têm a mesma graciosidade. “Mas” podia ser bailarina. Ou bailarino).

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