quinta-feira, 8 de julho de 2010

Exato.

Eu pensei em várias coisas para botar aqui. Depois eu pensei que nada interessava e desisti.
Mas a arte tem que interessar?
E chamar o que eu penso de arte – que prepotência!
Mas é arte a partir do momento em que ponho no papel, não?
Pensemos: se digo que sou escritora – ou mesmo finjo – tudo que escrevo fruto de minha vontade de fazer literatura é arte, não?









Respirou fundo para reconhecer a inconstância redemoíntica revolvendo-a em sensações de reluzente fugacidade. Como era de se esperar. E então sentiu, porque só sentindo poderia vir a pensar. E o pensamento veio, na velocidade de tudo aquilo que quer ser agora e não depois. Num instante viu dentro de si enormes esquemas filosóficos de transcendência sensacional! Pulou na pena para escrever.
E nesse gesto tudo passou a ter tão pouca importância.
Pensou mais. E nesse pensar de botar para fora pensou que não adianta tentar se passar para o papel. Papel não agüenta gente inteira. Se só podia ser parte, de que adiantava escrever aquilo tudo?
Perdeu a viagem. Em sua saída suspirante de cena, deixou registrado:
“É mais bonito dentro de mim.”

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